
projecto
Anfiteatros do Campus da Universidade dos Açores
Concurso em 1997. O edifício revela um domínio dos elementos basilares da arquitectura portuguesa: sobriedade volumétrica, inserção cuidada no lugar, integração de materiais conotados com a região.
A paisagem do Campus é recortada pelas parcelas estreitas e alongadas da alameda do Relvão e do jardim romântico, que ascendem no ponto mais alto aos edificios dos serviços meteorológicos e da Reitoria, que se recortam no horizonte.
O Relvão é uma estrutura impressionante de alinhamentos desfasados de árvores de grande porte, Contido por muros laterais, contrariamente ao lardim romântico, de percursos de água e caminhos sinuosos, composto por caprichosos grupos de árvores exóticas e limitado por duas sebes de árvores e arbustos laterais à clareira central.
É numa estreita faixa entre estes dois universos, geométrico e orgânico (mas no entanto monumentais), que se inscreveram um após outro, os novos volumes escolares. Os Anfiteatros, próximos ao edificio da Reitoria, e num ponto já elevado e visivel de todo o jardim, aparecem por entre o arvoredo lateral, como figuras cristalizadas que emergem de um manto basáltico. Esta laje de matéria basáltica, é simultáneamente natureza, nesta paisagem vulcânica, e artificio, porque contem a cavidade da construção das salas, sob o chão visivel a partir do jardim.
A partir da praça existente a norte, o plano de basalto, continuo, estende-se até ao edificio mais próximo, libertando a superficie como um percurso possivel por entre os dois jardins existentes. Suspensos sobre a laje da praça - prolongada, os volumes brancos dos pequenos anfiteatros contrastam com a densidade escura da folhagem envolvente, e com o volume vitreo e transparente dos átrios que contêm como que uma segunda praça, recolhida do espaço do jardim.
Fotografias da autoria de Leonardo Finotti